domingo, 21 de abril de 2013

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Sorrir com os olhos, falar pelos cotovelos, meter os pés pelas mãos. Em mim, a anatomia não faz o menor sentido. Sou do tipo que lê um toque, que observa com o coração e caminha com os pés da imaginação. Multiplico meus cinco sentidos por milhares e me proponho a descobrir todos os dias novas formas de sentir. Quero o cheiro da felicidade, o gosto da saudade, o olhar do novo, a voz da razão e o toque da ternura. Luto contra o óbvio, porque sei que dentro de mim há um infinito de possibilidades e embora sentimentos ruins também transitem por aqui, sei que devo conduzi-los com a força do pensamento até a porta de saída. Decidi não delegar função para cada coisa que eu quero. Nem definir o lugar adequado para tudo de bom que eu sinto. Nossos sentimentos são seres vivos e decidem sem nos consultar. A prova de que na vida, rótulos são dispensáveis e sentimentos inclassificáveis.

Fernanda Gaona



cansada. . .


"Eu estou cansado, chefe. Cansado de estar na estrada, solitário como
um pardal na chuva. Cansado de nunca ter um amigo por perto, para me
dizer de onde nós viemos ou para onde vamos, ou por quê. Acima de
tudo, eu estou cansado de pessoas sendo maldosas umas com as outras.
Eu estou cansado de toda a dor que eu sinto e ouço do mundo todo o
dia. Tem muita dela. São como pedaços de vidro na minha cabeça, o
tempo todo. Você pode entender?"


John Coffey . The Green Mile . À espera de um milagre